Cantarella abraça o pragmatismo ao dar a mão para Pinato
Necessidade por recursos quebra as barreiras ideológicas entre o prefeito e o deputado federal fernandopolense
5/27/20251 min read


Um encontro partidário no sábado, 24, e uma reunião na Prefeitura na segunda-feira, 26, selaram a aproximação entre o deputado federal Fausto Pinato (PP) e o prefeito João Cantarella (PL) em Fernandópolis. Embora a colaboração entre um parlamentar da cidade e o prefeito seja natural, as questões ideológicas que levaram Cantarella ao poder adicionam uma camada de complexidade a essa parceria.
É de conhecimento geral que, entre os apoiadores de Cantarella, principalmente os bolsonaristas, Fausto Pinato é visto com forte oposição.
Se durante a campanha eleitoral foi relativamente simples para o prefeito manter um discurso ideológico, a realidade prática do mandato impõe um cenário diferente: Cantarella necessita do apoio de Fausto para a obtenção de recursos. Da mesma forma, o deputado precisará dos votos mais "moderados" da base eleitoral que elegeu o atual prefeito.
A ideologia, embora fundamental para angariar votos, tem pouca efetividade naquilo que um prefeito mais necessita: emendas de custeio. Esses recursos, que podem ser utilizados com considerável liberdade pela administração municipal, representam um alívio financeiro em tempos de crise. O próprio Cantarella destacou a importância dessas emendas no evento de sábado.
Ao estender a mão a Pinato, Cantarella demonstra um claro pragmatismo. O prefeito sabe que os deputados bolsonaristas, eleitos com base nas mesmas premissas ideológicas que ele, não conseguirão, nem de perto, prover a quantidade de recursos que Fausto Pinato tem à sua disposição.
Essa união, embora possa pacificar grupos políticos opostos, corre o risco de gerar atritos para Cantarella dentro de sua própria base bolsonarista, especialmente entre os setores mais radicais.
No embate entre garantir um mandato financeiramente mais estável e sustentar as raízes ideológicas, Cantarella opta pelo que considera melhor para a administração municipal. E, sob a ótica da gestão, essa é uma decisão justificada.