Defensor de Dilma, malufista e expulso do PL: atuação de deputado com apoiadores em Fernandópolis causa polêmica durante a semana

Rodrigues foi investigado em CPI por um suposto esquema de tráfico de influência para manter uma casa de prostituição de luxo em funcionamento

8/1/20252 min read

Expulso do PL por declarações defendendo o ministro do STF, Alexandre de moraes, e atacando o presidente dos EUA, Donald Trump, o deputado feeral Antonio Carlos Rodrigues esteve no centro da cena política fernandopolense durante esta semana.

Isso porque, Rodrigues é apoiado pelo vereador André do Botiquim (PL), reconhecidamente um político da ala mais radical em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A situação não passou despercebida por apoiadores da direita, gerando críticas nas redes sociais e comentários nas rodas políticas na manhã desta sexta-feira, 1º.

“Mais um traidor se mostrando, traidor uma vez, traidor sempre, tá mal em Fernandópolis! O esgoto indo pro ralo”, disse um perfil nas redes sociais.

Rodrigues, surpreendentemente, esteve em Fernandópolis onde, na manhã de hoje (1º), encontrou o prefeito João Cantarella (PL) e outros apoiadores. Antônio Carlos Rodrigues destinou emenda de R$ 3,5 milhões para a Prefeitura de Fernandópolis e é aposta alta do vererador André do Botiquim

MINISTRO DA DILMA E MALUFISTA

Antônio Carlos Rodrigues é uma figura política com uma história controversa. Ele já foi membro da ala moderada do Partido Liberal (PL), com visões que se aproximam das do político Fausto Pinato (PP).

Investigação e polêmicas financeiras

A trajetória de Rodrigues inclui diversas controvérsias financeiras. Em 2012, o Ministério Público de São Paulo o investigou por suspeita de enriquecimento ilícito. Na época, ele foi intimado a explicar por que tinha R$ 360 mil, em dólares e reais, guardados em casa. Rodrigues declarou que recebia cerca de R$ 560 mil por ano, justificando que poderia guardar R$ 100 mil anualmente. O inquérito foi arquivado.

Outro problema com a justiça ocorreu em 1992, quando presidiu a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (Emtu) durante a gestão de Paulo Maluf. Ele foi condenado a devolver R$ 32,7 milhões aos cofres públicos por conta de um contrato que assinou. Contudo, em 2010, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou um recurso contra essa condenação.

Ligação com o malufismo e carreira na Câmara Municipal

Rodrigues tem uma forte ligação com o chamado "malufismo". Ele foi chefe de gabinete na Secretaria das Administrações Regionais de 1992 a 1996 e, apoiado por essa corrente política, elegeu-se vereador de São Paulo pela primeira vez em 2001. Em 2004, foi reeleito entre os dez mais votados e, em 2007, se tornou presidente da Câmara, cargo que ocupou por quatro vezes.

Envolvimento em denúncias de corrupção

Durante sua presidência na Câmara, o nome de Rodrigues foi envolvido em denúncias de corrupção. Em 2008, a vereadora Soninha Francine (PPS) propôs uma CPI para investigar um suposto esquema de tráfico de influência para manter uma casa de prostituição de luxo em funcionamento.

O nome do vereador foi citado nas investigações da Operação Santa Teresa, da Polícia Federal, que desmantelou um esquema de fraudes no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo", escutas telefônicas revelaram a participação de fiscais da prefeitura, policiais civis e assessores políticos da Câmara. Fabiano Alonso, genro e homem de confiança de Rodrigues, teria afirmado que o então presidente da Câmara o ajudaria a manter o prostíbulo aberto.

Apesar dos escândalos, Rodrigues continuou sua carreira política e, em 2010, tornou-se o primeiro suplente da senadora Marta Suplicy (PT-SP).

Com informações de O Globo

Rodrigues registrou nas redes sociais sua passagem por Fernandópolis